sábado, 30 de abril de 2011

A escritora Cecília Meireles

Adoro o seguinte trecho da obra "Romanceiro da Inconfidência", da grande poetisa da Literatura Brasileira, Cecília Meireles (1901-1964), ilustre representante da segunda geração do Modernismo:


"Liberdade  essa palavra
que sonho humano alimenta;
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!


E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença."


A escritora em questão desenvolve uma poesia intimista e reflexiva. No trecho acima, há uma reflexão sobre questões de natureza política e social.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Amor incondicional

Desejo um amor incondicional
Que me liberte da minha solidão egoísta
E me faça perder os sentidos
Desejo um amor incondicional
Só assim posso me livrar dos meus medos
Estou entorpecida com o meu comodismo
Preciso de reabilitação
Para acreditar no amor e olhar o outro
E me entregar totalmente
Resgatar os meus sonhos e o meu romantismo
Que se perderam durante os anos
Quero encontrar beleza no brilho das estrelas
Cantar músicas melosas, andar de mãos dadas
Quero rir, suspirar, chorar, soluçar
Viver!

Paula Fernanda

domingo, 24 de abril de 2011

Tempo perdido

"Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou


Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo..."


Legião Urbana

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Preciso de paz



Preciso de paz
Os meus pensamentos estão em ebulição
Entrando em combustão
Preciso de paz
Os meus pensamentos estão como a água turva
O mar revolto
Preciso de paz
Os meus pensamentos estão desgovernados
Como o trem descarrilado
Preciso de paz
Os meus pensamentos estão como o céu nublado
A noite sombria
Preciso de paz
Os meus pensamentos estão como o apetite do animal faminto
A sede do viajante no deserto
Preciso de paz
Durmo e não descanso
Penso incessantemente
Preciso de paz.


Paula Fernanda

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vida

Viver para sonhar
Sonhar sim!
Buscar alguma coisa
Coisa?
Um ideal de vida
Vida!?
Viver para amar
Viver com meu amor
Viver para acariciar
Viver para sonhar
Viver!?

Vida de rosas
Vida de espinhos
Vida que floresce
Vida que murcha

Viver!?
Viver para sonhar
Viver para chorar
Viver para buscar
O quê!?

Viver para dominar
Viver para machucar
Viver para vencer
Viver!?

Viver para lutar
Buscar a esperança perdida
Esperança?
Sim! Não!
Origem da vida
inocente fruto
feliz ou infeliz
O que quer da vida!?
Morte
Certeza da vida.
Destino!
Vida da crença
Vida da luz
Vida da escuridão
Vida da religião
Vida misteriosa...

E depois da vida?
Há vida?
Oh! Vida eterna
Eterna!?
Vidas e
mais vidas

Vida!?


Paula Fernanda




sábado, 16 de abril de 2011

Contradições‏

O que é ser forte?
O que é ser fraco?
Ser forte é admitir a condição humana
A condição humana inclui a fraqueza, a tristeza
Para ser forte é preciso chorar
Respirar, suspirar, espernear
Aceitar que estamos de saco cheio, cansados das perdas
Com o coração partido, dilacerado
Só assim podemos ser fortes
E apreciar as coisas boas que a vida tem
Compaixão, amor, solidariedade, alegria
Coragem, muitas vezes, é fraqueza
E fraqueza nem sempre é covardia.


Paula Fernanda


*Essa poesia fará parte do livro "Antologia Poética", Prêmio Poetize 2013.