domingo, 29 de maio de 2011

Salve Aluísio Azevedo!

O ilustre autor, principal expressão da prosa naturalista brasileira, escreveu "O Cortiço" (1890). Esta obra é fantástica, pois retrata figuras do nosso cotidiano. Trabalhadores, prostitutas, malandros, lavadeiras, homossexuais etc.

Aluísio Azevedo, no século XIX, teve a capacidade de retratar agrupamentos humanos. Indivíduos arrastados pelos instintos, pelas pressões sociais, por heranças biológicas ou psíquicas.

sábado, 28 de maio de 2011

Prisão e Liberdade


Achei que era amante da liberdade.
Entretanto, escolhi a prisão.
Será que almejo ser livre?
Talvez sim? Talvez não?
Tão desajeitada, optei pelas grades do pragmatismo.
Assumi outra personalidade?
Fiquei entorpecida, anestesiada,
Conheci a escuridão, me aprisionei.
A vida cotidiana me deixou cega,
Livros enfadonhos, trabalhos burocráticos,
Aulas entediantes.
As horas se arrastaram
E os anos se passaram.
Vivi o futuro, tão distante.
Ignorei o presente, algemada ao passado.
Cansei! Gritei: “liberdade!”
Mas, eu sei lidar com a liberdade?
Necessito dissecar o significado dessa palavra.

Paula Fernanda

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Máscaras

Hoje escutei palavras duras, seguidas de um pedido de desculpas. Depois assisti ao filme “Deixe-me viver” e tudo ficou tão claro.
Quando o espetáculo acaba, o ator se despe do seu figurino, retira a sua maquiagem e sai do teatro, o mundo que o espera é cruel e cobra um padrão de comportamento. Se o ator é cruel com ele mesmo, estreia um “show de horrores”.
A sociedade não está preparada para receber os atores da vida que optam por ser quem são realmente. Todos nós escolhemos uma personagem e quando nos cansamos dele, temos que assumir uma grande responsabilidade. Expor a própria identidade assusta.
A verdade escancarada é o bicho papão, o lobisomem, o vampiro. Há quem viva da hipocrisia e sugue o sangue dos ingênuos, dos sinceros, dos verdadeiros. A verdade incomoda. Desperta incômodo, inveja e loucura.
Insano não é aquele que assume as suas escolhas, mas aquele que segue as regras sociais de maneira radical.
O que é verdade? Escutei esta pergunta pela primeira vez na faculdade de Direito. Disso não vou me esquecer, porém entendo que cabe a cada indivíduo elaborar o seu próprio conceito de verdade e viver com base neste. Mas, para isso, é preciso coragem, enfrentamento mesmo.
É preciso persistência para fazer opções autênticas. Só assim alcançamos a liberdade. Todavia, o medo faz com que muitos, como eu, entrem na prisão espontaneamente. Sou o meu próprio carcereiro, porém estou mais próxima da liberdade do que nunca.

Paula Fernanda




sábado, 7 de maio de 2011

Quem não se lembra deste poema de Carlos Drummond de Andradre publicado em 1928? Quem não aprendeu na escola?

"No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."


Carlos Drummond de Andrade é visto por alguns críticos o principal poeta brasileiro do século XX.

domingo, 1 de maio de 2011

Consumismo

Consumir é o meu vício

Consumo para não ser consumida
Pela indiferença, solidão, violência
Consumo para obter serotonina
Mesmo que de maneira fugaz
Bolsas, sapatos, relógios, celulares
Doces, ansiolíticos e antidepressivos
Melhor consumir letras, arte, música
Beijos, abraços, afagos
Consumir saúde, equilíbrio
Para não ser consumida
Pelas doenças da alma.


Paula Fernanda