terça-feira, 29 de maio de 2012

Alcoólicas

"É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida."



Hilda Hilst

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um final de semana de um mês qualquer

Imaginei fantasmas
Apareceu um anjo
Imaginei tempestade
As estrelas brilharam
Imaginei o caos
Esbarrei na paz
Imaginei confusão mental
Desceu uma lágrima
E tudo ficou claro.


Paula Fernanda Nazareth
2012

terça-feira, 22 de maio de 2012

Prefiro a estranheza, a incompreensão, o incômodo, o questionamento à mediocridade.


Paula Fernanda Nazareth
2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tocando na ferida

"Uma pessoa avulsa é uma pessoa com sua solidão escancarada, é uma pessoa que necessita fazer contatos e explicar quem é, o que faz, do que gosta. Uma pessoa sozinha é visada, está exposta, julgam que ela tem mais tempo, está mais disponível, uma pessoa sozinha não tem onde se esconder. Já duas pessoas juntas escondem-se das fantasias e do julgamento alheio, se escondem da sua própria vulnerabilidade e dos seus próprios segredos, duas pessoas juntas protegem-se oficialmente, mesmo sem ter a consciência de que sua união também é isso, um esconderijo... A solidão, que sempre pareceu nos proteger, na verdade nos coloca no centro das atenções, permite que coloquem o dedo nas nossas feridas. Já o casamento nos tira da prateleira, nos resguarda, nos esconde tão bem e tão sem alarde que a gente nem percebe que está escondido."
Martha Medeiros
Preciso dizer mais alguma coisa???

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Aiii...sensação de estar sempre no final da fila ou dos ingressos esgotarem na minha vez de ser atendida.


Paula Fernanda Nazareth
2012