sábado, 31 de dezembro de 2011

Desilusão

Olhei pra você
Você não viu?
Cortei o cabelo
Você não viu?
Decote novo, salto alto
Você não viu?
Perfumada, unhas pintadas
Você não viu?
Queria ser beijada
Você não viu?
Chorei, maquiagem borrada
Você não viu?
Fiquei magoada
Você não viu?
Disse que te amava
Você não ouviu?


Paula Fernanda Nazareth                                                                                        2011

Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)

"A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)"

O Rappa

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quero deitar em um píer e fotografar
o céu e os seus mistérios ...


Paula Fernanda Nazareth

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Crise de abstinência

Um dia desses, cansada dos malefícios do meu vício, acordei decidida. Levantei da cama e resolvi agir como uma fumante que resolve largar o cigarro. Fui ao banco e solicitei o cancelamento do meu cartão de crédito.
Mas, abandonar um vício não é tão fácil. Por onde eu ando, vejo vitrines com celulares de todos os tipos, preços e cores. O mesmo acontece com relógios. É muita tentação. Às vezes, tenho a sensação de que eles me pedem para serem comprados.
Outro dia, tive uma crise de abstinência. Antes de chegar ao cabeleireiro, vi um celular lindo em uma famosa loja de eletrônicos e eletrodomésticos! Não era um smartphone, com inúmeras funções, era um aparelho prático, de uma marca mais ou menos, cores rosa e branco. Pensei: Que fofo! Eu quero! Mas, Paula, você não pode fazer mais uma loucura! Ah, eu quero!
Durante o tempo em que fiquei no salão, sonhei com a compra do meu objeto de desejo. Na minha bolsa, tinha um talão de cheques; na minha carteira, apenas dinheiro para a passagem e um cartão de uma famosa loja de departamentos. Perguntas e respostas pipocavam na minha mente. Será que essa loja aceita cheque? Acho que não. Tomara que sim, ou melhor, tomara que não.
Quando saí do salão, fui à loja em questão. Como eu imaginava, esta não aceita cheques. Fiquei decepcionada e aliviada ao mesmo tempo.
Pasmem! Decidi que queria qualquer celular novo. Detalhe, o último celular que eu comprei foi há apenas dois meses: um smartphone cheio de “gueri-gueri”. Lembrei do cartão que estava na minha carteira e me dirigi à famosa loja de departamentos.
Os deuses conspiraram contra a compra. O cartão da loja não passava de jeito nenhum. A vendedora separou o aparelho, que eu escolhi, e me encaminhou para a seção da tal loja que emite um novo cartão. Vocês acreditam que eu aguardei a nova emissão? Demorou muito!
Depois que eu peguei o cartão, voltei à razão. Saí da loja, sem que a vendedora me visse. Lamento por esta.
Portanto, quase tive uma recaída. Estou usando um celular simples e antigo, que comprei há um ano. Quanto aos relógios, tenho que me controlar mais, pois sei que estou me enganando. Ultimamente, não resisto quando vejo um relógio baratinho.


Paula Fernanda Nazareth


 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Romântica

Às vezes, acho que não sou uma mulher romântica. De repente, mudo de ideia, acho que sou a mulher mais romântica do mundo. Depois, fico mais confusa ainda e generalizo: acho que todas as mulheres são românticas.
Nunca acreditei no homem perfeito, no príncipe encantado montado em um cavalo branco. Não me sinto muito atraída pela ideia do primeiro encontro. Não faço questão, como a maioria das mulheres, de presentes como bichinhos de pelúcia, joias, serenatas, flores. Não choro em casamentos. Hãããaa???
Faço poemas sobre amor, paixão e fico insegura. Será que ficou legal?
Entretanto, quanto se trata de desencontros, paixões platônicas, amor impossível, triângulo amoroso, novela mexicana, a coisa muda de figura. Acho lindo, sensacional! Adoro música “brega”, filme “cafona”, cores berrantes!
O desfecho do clássico “Romeu e Julieta”; o beijo que estava prestes a acontecer, mas não aconteceu; o dilema da mulher que é considerada a mais feia e que se apaixona pelo chefe dela, ou seja, o homem mais bonito e mulherengo da agência; os melhores amigos que levaram anos para viver o amor deles e, quando acontece, a mocinha morre; o homem que enfarta quando vai passar a primeira noite de amor com a mulher que sempre desejou, idolatrou; o vampiro que se apaixona pela humana (chego a esse ponto!).
Enfim, tenho uma certeza: estou em “maus apuros”.


Paula Fernanda Nazareth                                                                     2011




sábado, 3 de dezembro de 2011

“Sex and the city”

           Sempre quis escrever sobre essa série, mas não quero ser vista como uma pessoa pedante por conta disto. Sou fã de “Sex and the city”, porém não me considero uma mulher fútil, competitiva e muito menos “pegadora”. Aliás, sofro de uma sensibilidade que considero patológica.
Quando assisto aos episódios (sou fã mesmo, comprei as temporadas e revi diversas vezes), vejo uma comédia divertida e inteligente. Alguns leitores podem se perguntar: “Inteligente”? Ué, por que não?
A forma como os temas “sexo” e “consumismo” são abordados não deve ser levada tão a sério! Além do mais, o desejo sexual é um fenômeno natural. E, confessa, leitora? Não é uma delícia comprar bolsas e sapatos, principalmente quando trabalhamos de forma árdua? Tá bom, eu sei, não precisa ser bolsa Louis Vuitton ou Prada, nem sapato Manolo Blahnik.    
Aí está a sabedoria dos criadores desse grande sucesso: Esses assuntos são abordados de forma ousada e divertida, contudo os telespectadores mais perspicazes percebem que os temas centrais de “Sex and the city” não são esses.
É uma série que fala de solidão, liberdade, amizade, companheirismo, conflitos e obstáculos femininos, além dos diversos papéis que a mulher moderna tem que desempenhar no mundo atual.
Carrie Bradshaw e suas amigas, em muitos momentos, são superficiais? Sim, contudo acho injusto reduzir as características das personagens a apenas uma ou duas.
São mulheres carismáticas, batalhadoras, inteligentes e bem sucedidas profissionalmente, que optaram pela amizade, e que, através deste sentimento sublime, aprenderam a viver em um mundo cruel, competitivo, preconceituoso.   
Elas são tão ousadas, que assumem a condição de solteira. E, como as solteiras de trinta e poucos anos, sofrem preconceito... São vistas, por muitos, como egoístas, adolescentes rebeldes, exigentes.
As quatro meninas buscam a vida noturna como diversão, sofrem, choram, brigam, trabalham (e muito), vibram, lutam pelos seus objetivos, pra sobrevier. Nem sempre a gente é “aquilo” que gostaria de ser, mas “aquilo” que consegue ser.
Elas formaram uma família, a Família “Sex and the city”.

Paula Fernanda Nazareth                                                                                         2011