sábado, 31 de dezembro de 2011

Desilusão

Olhei pra você
Você não viu?
Cortei o cabelo
Você não viu?
Decote novo, salto alto
Você não viu?
Perfumada, unhas pintadas
Você não viu?
Queria ser beijada
Você não viu?
Chorei, maquiagem borrada
Você não viu?
Fiquei magoada
Você não viu?
Disse que te amava
Você não ouviu?


Paula Fernanda Nazareth                                                                                        2011

Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)

"A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
(Sêgo! Sêgo! Sêgo! Sêgo!)
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
(Medo! Medo! Medo! Medo!)"

O Rappa

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Quero deitar em um píer e fotografar
o céu e os seus mistérios ...


Paula Fernanda Nazareth

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

Crise de abstinência

Um dia desses, cansada dos malefícios do meu vício, acordei decidida. Levantei da cama e resolvi agir como uma fumante que resolve largar o cigarro. Fui ao banco e solicitei o cancelamento do meu cartão de crédito.
Mas, abandonar um vício não é tão fácil. Por onde eu ando, vejo vitrines com celulares de todos os tipos, preços e cores. O mesmo acontece com relógios. É muita tentação. Às vezes, tenho a sensação de que eles me pedem para serem comprados.
Outro dia, tive uma crise de abstinência. Antes de chegar ao cabeleireiro, vi um celular lindo em uma famosa loja de eletrônicos e eletrodomésticos! Não era um smartphone, com inúmeras funções, era um aparelho prático, de uma marca mais ou menos, cores rosa e branco. Pensei: Que fofo! Eu quero! Mas, Paula, você não pode fazer mais uma loucura! Ah, eu quero!
Durante o tempo em que fiquei no salão, sonhei com a compra do meu objeto de desejo. Na minha bolsa, tinha um talão de cheques; na minha carteira, apenas dinheiro para a passagem e um cartão de uma famosa loja de departamentos. Perguntas e respostas pipocavam na minha mente. Será que essa loja aceita cheque? Acho que não. Tomara que sim, ou melhor, tomara que não.
Quando saí do salão, fui à loja em questão. Como eu imaginava, esta não aceita cheques. Fiquei decepcionada e aliviada ao mesmo tempo.
Pasmem! Decidi que queria qualquer celular novo. Detalhe, o último celular que eu comprei foi há apenas dois meses: um smartphone cheio de “gueri-gueri”. Lembrei do cartão que estava na minha carteira e me dirigi à famosa loja de departamentos.
Os deuses conspiraram contra a compra. O cartão da loja não passava de jeito nenhum. A vendedora separou o aparelho, que eu escolhi, e me encaminhou para a seção da tal loja que emite um novo cartão. Vocês acreditam que eu aguardei a nova emissão? Demorou muito!
Depois que eu peguei o cartão, voltei à razão. Saí da loja, sem que a vendedora me visse. Lamento por esta.
Portanto, quase tive uma recaída. Estou usando um celular simples e antigo, que comprei há um ano. Quanto aos relógios, tenho que me controlar mais, pois sei que estou me enganando. Ultimamente, não resisto quando vejo um relógio baratinho.


Paula Fernanda Nazareth


 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Romântica

Às vezes, acho que não sou uma mulher romântica. De repente, mudo de ideia, acho que sou a mulher mais romântica do mundo. Depois, fico mais confusa ainda e generalizo: acho que todas as mulheres são românticas.
Nunca acreditei no homem perfeito, no príncipe encantado montado em um cavalo branco. Não me sinto muito atraída pela ideia do primeiro encontro. Não faço questão, como a maioria das mulheres, de presentes como bichinhos de pelúcia, joias, serenatas, flores. Não choro em casamentos. Hãããaa???
Faço poemas sobre amor, paixão e fico insegura. Será que ficou legal?
Entretanto, quanto se trata de desencontros, paixões platônicas, amor impossível, triângulo amoroso, novela mexicana, a coisa muda de figura. Acho lindo, sensacional! Adoro música “brega”, filme “cafona”, cores berrantes!
O desfecho do clássico “Romeu e Julieta”; o beijo que estava prestes a acontecer, mas não aconteceu; o dilema da mulher que é considerada a mais feia e que se apaixona pelo chefe dela, ou seja, o homem mais bonito e mulherengo da agência; os melhores amigos que levaram anos para viver o amor deles e, quando acontece, a mocinha morre; o homem que enfarta quando vai passar a primeira noite de amor com a mulher que sempre desejou, idolatrou; o vampiro que se apaixona pela humana (chego a esse ponto!).
Enfim, tenho uma certeza: estou em “maus apuros”.


Paula Fernanda Nazareth                                                                     2011




sábado, 3 de dezembro de 2011

“Sex and the city”

           Sempre quis escrever sobre essa série, mas não quero ser vista como uma pessoa pedante por conta disto. Sou fã de “Sex and the city”, porém não me considero uma mulher fútil, competitiva e muito menos “pegadora”. Aliás, sofro de uma sensibilidade que considero patológica.
Quando assisto aos episódios (sou fã mesmo, comprei as temporadas e revi diversas vezes), vejo uma comédia divertida e inteligente. Alguns leitores podem se perguntar: “Inteligente”? Ué, por que não?
A forma como os temas “sexo” e “consumismo” são abordados não deve ser levada tão a sério! Além do mais, o desejo sexual é um fenômeno natural. E, confessa, leitora? Não é uma delícia comprar bolsas e sapatos, principalmente quando trabalhamos de forma árdua? Tá bom, eu sei, não precisa ser bolsa Louis Vuitton ou Prada, nem sapato Manolo Blahnik.    
Aí está a sabedoria dos criadores desse grande sucesso: Esses assuntos são abordados de forma ousada e divertida, contudo os telespectadores mais perspicazes percebem que os temas centrais de “Sex and the city” não são esses.
É uma série que fala de solidão, liberdade, amizade, companheirismo, conflitos e obstáculos femininos, além dos diversos papéis que a mulher moderna tem que desempenhar no mundo atual.
Carrie Bradshaw e suas amigas, em muitos momentos, são superficiais? Sim, contudo acho injusto reduzir as características das personagens a apenas uma ou duas.
São mulheres carismáticas, batalhadoras, inteligentes e bem sucedidas profissionalmente, que optaram pela amizade, e que, através deste sentimento sublime, aprenderam a viver em um mundo cruel, competitivo, preconceituoso.   
Elas são tão ousadas, que assumem a condição de solteira. E, como as solteiras de trinta e poucos anos, sofrem preconceito... São vistas, por muitos, como egoístas, adolescentes rebeldes, exigentes.
As quatro meninas buscam a vida noturna como diversão, sofrem, choram, brigam, trabalham (e muito), vibram, lutam pelos seus objetivos, pra sobrevier. Nem sempre a gente é “aquilo” que gostaria de ser, mas “aquilo” que consegue ser.
Elas formaram uma família, a Família “Sex and the city”.

Paula Fernanda Nazareth                                                                                         2011


        


terça-feira, 22 de novembro de 2011

A visão de uma grande escritora sobre a "paixão":

"A paixão turbina o coração, acelera a corrente sanguínea e irriga os olhos, porque a gente chora à beça. Faz perder peso, sim... A paixão cristaliza o tempo: parece que as horas não passam até estar com ele ou ela. Aí estamos com ele ou ela e as horas voam, não é justo... Ainda assim, melhor uma paixão do que nenhuma... Bem-vinda seja uma paixão comedida. Aos inimigos, as avassaladoras." (Martha Medeiros)

Qual é a minha visão sobre a paixão?

Só posso falar sobre o que eu já senti. Batimentos cardíacos acelerados, sonhos, pensamentos diários,  obsessivos, platônicos. O que ele está fazendo agora? Será que ele está com outra? Ou será que ele gosta de mim, mas não tem maturidade para admitir? Quando ele vai admitir? Quando ele vai me ligar? Devo ligar para ele? Será que ele me acha bonita?
É muita energia para uma pessoa extremamente sensível como eu. Acho que prefiro "a sorte de um amor tranquilo", como diz a letra da música.


Paula Fernanda Nazareth

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Pensamento do dia

"Algum dia, em qualquer parte, em qualquer lugar, infalivelmente você encontrará a si mesmo, e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de suas horas."


Pablo Neruda

domingo, 30 de outubro de 2011

Relações efêmeras

Derretem
Como as pedras de gelo sob o sol escaldante
Relações efêmeras desmoronam
Como um castelo de cartas
São superficiais
Como as amizades de bar,
Ou facilmente esquecidas
Como o sabor do último beijo
Diante da chegada de uma nova paixão
Esfriam
Como o calor dos corpos enroscados
Sedutoras, ilusórias, perigosas
Como a onda que destrói a escultura de areia
Relações efêmeras
Se desfazem como as bolas de sabão
Relações fluidas, frágeis, fugazes
Secam como as gotas de chuva,
Ao prenúncio de um dia ensolarado
Relações efêmeras chegam de mansinho
E conquistam diariamente
Os corações despedaçados.


Paula Fernanda

                                                                                           

domingo, 23 de outubro de 2011

Intenso

"Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo."


Pablo Neruda

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Que país é esse?

"Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

No Amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na baixada fluminense
Mato grosso, Minas Gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte o meu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papeis e documentos fieis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?

Terceiro mundo, se foi
Piada no exterior
Mas o Brasil vai fica rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?"


Legião Urbana

Pensamento do dia

Casei com a solidão. Quero me divorciar, mas não consigo. Eu me acostumei com ela, estou acomodada. Porém, ela me irrita muito. Nosso relacionamento está desgastado. O que eu faço?


Paula Fernanda

domingo, 9 de outubro de 2011

Rejeição

           Sofro de uma doença gravíssima: medo da rejeição. Tenho tanto medo de ouvir “não”, de ser repelida, que não arrisco. Fico paralisada, ocorre uma avalanche de emoções dentro de mim. Frio na barriga (este sintoma até que é gostoso...), solidão, desamparo, batimento cardíaco acelerado, pensamento incessante... Às vezes, eu me sinto como um bebê que levou um tombo e não quer mais andar.
            Feridas não cicatrizadas? Quem sabe? Já ouvi muito “não”, costas se viraram para mim, escutei palavras ríspidas, vi olhares desconfiados, preconceituosos... Ainda estou com o coração enfaixado. Mas até quando?
            Minhas emoções e sentimentos estão em desalinho. Acho que construí um inferninho particular. Pensando bem, talvez não seja um inferninho. Quem sabe não estou começando a ver o paraíso, embora de forma nebulosa? O excesso de sentimentos e emoções aponta que ainda há muita vida dentro de mim querendo transbordar.
            Um dia desses, a minha terapeuta me disse:
“– Paula, é como se você não pudesse ser feliz”.
Essa frase não sai da minha cabeça. Será que eu tenho medo de ser feliz? Ou não quero pagar o preço que a felicidade exige?
Eu quero um abraço apertado, uma paixão arrebatadora; almejo um mundo diferente, com novos pensamentos e cores. Mas me sinto tão cansada... Preciso de forças para lutar. Coragem para ouvir “não”, ignorar os olhares preconceituosos, riscar a palavra “melindre” do meu dicionário.
Onde vou encontrar essa força?


Paula Fernanda

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Ele é o cara!"

"A amizade é um amor que nunca morre."

"Da Felicidade
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"

"O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."


Frases de Mario Quintana

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Medo


Meu único inimigo
Algoz íntimo
Parasita!
Cansei de te alimentar
De todo sofrimento que me causou
Tremedeira, suor
Fraqueza, dor
Chega!
Tentei ser sua amiga
O meu maior erro
Chegou o momento
Vou te enfrentar!
Não sei como...
Mas cansei de chorar
Em busca da felicidade
Vou te aniquilar
Pode vir
Vamos lutar
Só nós dois
Está com medo?
Você não vai escapar.


Paula Fernanda

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lindooooo!!!

Traduzir-se

"Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo

Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão

Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira

Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta

Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente

Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem

Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte?"


Ferreira Gullar

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Homem Primata

"Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...
Homem Primata
Capitalismo Selvagem
Oh! Oh! Oh!...(2x)"

Titãs

sábado, 13 de agosto de 2011

Noite

Festa
                               Maquiagem
Vestido
                               Salto alto
Cerveja
                                DJ
Multidão
                                Homens
Girava
                                Flutuava
Na pista de dança
                                Perda dos sentidos
Que saudade!
                                Deliciosa ilusão
Outra noite
                                Maquiagem...


Paula Fernanda


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pensamento do dia

Tenho medo da vida.
Não consigo fazer uma escolha sozinha.
A vida adulta é muito complicada para mim.
Me sinto desnuda no meio da multidão.


Paula Fernanda

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Cansaço

Insônia cansa.
Mágoa cansa.
Pensar demais cansa.
Raiva cansa.
Sofrer cansa.
Fraqueza cansa.
Solidão cansa.
O conhecimento cansa.
Incompreensão cansa.
Começar de novo cansa.
O passar do tempo cansa.
Estou exausta...

Paula Fernanda

terça-feira, 26 de julho de 2011

Vovó Didi

Que dor no peito!
Saudade pura.
Vovó querida,
Minha cozinheira gorducha.
Amor eterno, vovó fofura.
Cometa que passou
Em minha vida obscura.
Perda sofrida.
Esquecer-te jamais.
Inúmeras lembranças deliciosas.
Forte presença, inesquecível...
Sincera vovó,
Seus olhos refletiam o brilho da sua alma.
Quando dizia:
"- Que menina chata."
Era como se dissesse:
" - Eu te amo, minha netinha."
Me protegia de forma feroz,
Como o seu apetite voraz.
Ah, vovó querida!
Nunca me esquecerei do seu último olhar.
Você morreu me amando.
Ainda sinto o gosto do seu "bolo de formiga".
Um dia irei acariciar o seu cabelo novamente;
Vamos dançar;
E brincar com balão de gás.
Entrarei no seu quarto, de madrugada, sorrateiramente.
Dormirei contigo como se tivesse quatro anos de idade.

Paula Fernanda

Mais do que uma poesia popular

Soneto de fidelidade

"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Vinícius de Morais

domingo, 24 de julho de 2011

Insensível ou sensível demais?

                Quando assisti a 1ª Temporada de House, MD fiquei louca, fascinada. Senti uma paixão irresistível pela série. Depois disso, passei a engolir os episódios seguintes, sem digerir com calma. Talvez seja uma das minhas personagens favoritas. Uma mistura excêntrica. Um homem sarcástico, genial, mal humorado, cruel, insuportavelmente engraçado e charmoso. Pensei: “Como isso é possível?” Essa personagem é revolucionária.
House, MD mistura comédia, suspense e drama magistralmente. Não é à toa que a série já recebeu vários prêmios, entre eles dois Globos de Ouro.
Gregory House, interpretado pelo ator Hugh Laurie, desde 2004, é um médico infectologista e nefrologista, que se destaca pela capacidade de diagnosticar casos complexos, pelo seu comportamento antissocial, rabugento e cético.
Porém, o que me atraiu tanto em Gregory House? Vamos combinar que a construção da personagem foi fabulosa. Hugh Laurie interpreta de forma visceral. O telespectador fica hipnotizado.
Entretanto, confesso que fiquei hipnotizada com a série devido ao excesso de sensibilidade do protagonista. Foi isso mesmo o que eu escrevi. Dr. House é sensível demais, apesar de vestir a capa de um homem cruel.
House tem atitudes autodestrutivas o tempo todo, porque o seu medo de se envolver em relações afetivas é enorme. Medo de amar e não ser amado. Medo de se magoar, de sair ferido de uma relação. Quando age de forma diferente, o telespectador tem a impressão de que o personagem foi descaracterizado. Os fãs da série se sentem enganados. “Não é o House!”
Ele é egocêntrico? Sim, demais. O mundo gira em torno dele, porque o protagonista da série tem a capacidade de hipnotizar os outros personagens da trama, além do telespectador. A sua genialidade é tamanha que é difícil dizer não para o Dr. House.
Ele tem tanto medo da rejeição que em um dos episódios a personagem vai parar em um hospício. Em outra situação, tudo indica que Gregory House terá grandes problemas com a polícia. Isso tudo porque as suas atitudes são extremas. Alguns telespectadores devem imaginar uma personagem corajosa. Eu enxergo uma personagem medrosa que esconde os seus sentimentos. E, quando estes afloram, é de forma explosiva.
O último episódio da 7ª Temporada é instigante. A melhor demonstração do que foi dito acima. A personagem se sente aliviada ao extravasar um sentimento de forma criminosa.
Logo, House não é insensível. É simplesmente um homem que tem medo de amar. Talvez, por isso House, MD seja uma série que me mobiliza tanto.

Paula Fernanda                                                                                                                 

sábado, 16 de julho de 2011

Insensível amor

Por que você me rejeita?
Insensível amor
Quero colo, calor!
Estranho amor
Cadê você?
Por que tanto pudor?
Estou aqui!
Insensível amor
Nunca sou boa o suficiente para você
Pouco amor
Ou amor demais?
Pode me dar a sua mão
Que frio, temor!
Medo da entrega?
Quero um abraço. Vamos conversar?
Os ponteiros do relógio nunca param!
Quando você vai me aceitar do jeito que eu sou?


Paula Fernanda                                                                                                                            

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pássaros

Cresci demais

Quero voar
Estou pronta
O meu ninho
Era muito aconchegante
Gravetos, folhas
Ramos verdes, alimentos
E proteção
Mas, agora, preciso voar
O ninho que os meus pais construíram
Está pequeno demais para mim

Ser livre. Liberdade!
Ah, planar no céu azul...
Fazer manobras radicais
Admirar a natureza exuberante
Do meu país tropical
E migrar com os meus companheiros
Para além do infinito.

Paula Fernanda

terça-feira, 12 de julho de 2011

Adoooro!!!

''Falação

Um jogo de dados não será
por acaso ou ocaso um jogo de dedos
nas teclas da máquina-piano?;
dedos nas teclas brancas e pretas
em música de silêncio e sussurro:
o piano in-forma
a poesia de-forma
e a forma é pró-forma.

Sim,
há poeta real e poeta ideal,
há poeta maior e poeta menor;
maior e menor que seu próprio
tamanho talento ou umbigo
- daqueles tempos d' antanho!
Democratas, santos e pederastas,
comunistas, loucos e lésbicas
- distraídos desarmados desastrados.
E Pedr'o Álvares que descobriu o Brasil
(e o índio, mui surpreso com a notícia, via UPI.)
Da civilização da banana à Banana Republic
Pictures e o leão da Metro Golden Meyer.
E muito macaco, chipanzé e gorila,
aves do paraíso e aves de rapina,
e herói corrupto e político aldrabão
- tudo saindo pelo
                            ladrão.
E o perigo vermelho ou verde amarelado,
o perigo maior de se continuar sendo.
Os índios descobriram Pedr'Álvares em 1500.
Há sifilíticos políticos e analíticos,
epopeias centopeias e melopeias.
Em se plantando tudo dá.
Coronéis e bacharéis,
Bananal e Copacabana,
Brasília e Santo Antônio
da Patrulha.
Há histórias e estórias e causos
e contos de reis e de réis.
O cabloco acende o cigarro de palha no boi-tatá!
Iemanjá pegou pneumonia
e Jesus Cristo anemia ou alergia.
Em se plantando, tudo dá,
São Paulo dá café,
Minas dá leite
e Oswald de Andrade dá samba
(O poeta, grilofalante.)"



Flávio Moreira da Costa

Fonte: Jornal "O Globo", Caderno "Prosa & Verso", 09/07/11

sábado, 2 de julho de 2011

FLIP 2011

Oswald de Andrade (1890-1954) será homenageado na 9ª edição da FLIP (Festa Internacional Literária de Paraty - 2011), que terá início no dia 06/07/11 e encerramento no dia 10/07/11.
O antropógafo do Modernismo cursou Direito e ingressou na carreira jornalística. As obras de Oswald de Andrade refletiam o seu modo de ser: crítico, irônico e sarcástico. Ele satirizava os meios acadêmicos e a burguesia, classe de que se originara.
O autor em questão inovou a Literatura Brasileira. Acredito que a sua mais importante proposta foi a ruptura com os padrões da língua literária culta e a busca de uma “língua brasileira”. Um exemplo dessa proposta foi o poema “Pronominais”:
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
Oswald de Andrade defendia a valorização das nossas origens. O romance foi o gênero em prosa que mais despertou o interesse do poeta em tela. Entretanto, foi no âmbito do teatro que Oswald de Andrade estreou na Literatura, em 1916.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vazio


Amanheceu!
Levantei da cama com uma sensação de vazio.
Século XXI?
Um buraco no peito, aflição.
Falta muita coisa...
Não sei por onde começar.
Desespero! 
Angústia, inquietação, falta de ar.
Muitas informações, desejos, cobranças.
O tempo passa tão rápido!
Escorre pelas mãos.
Anoiteceu!
Insônia, reflexão.
Falta muita coisa...
Outro amanhecer!
Vazio, uma cratera no coração.

Paula Fernanda

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Gonçalves Dias : O poeta romântico que cultivou a natureza brasileira

Canção do Exílio
Coimbra, 1843

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso Céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite-
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu`inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

domingo, 26 de junho de 2011

Engessada

Acabei de assistir ao filme “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen. Eu me identifiquei muito com a personagem principal do filme, que neste estava atravessando uma fase de transição. Ela estava se permitindo, buscando os seus sonhos, rompendo com uma vida sem encantos.
Fiquei imaginado, enquanto assistia ao filme, o quanto eu fiquei engessada durante anos. Paralisada mesmo. Não consegui olhar para o lado, para o que o mundo tinha para me oferecer. Fiquei acomodada, incorporei uma personagem e vivi durante anos como se eu fosse algo que eu não sou. Agora, como a personagem principal (Gil) do citado filme, estou passando por uma fase de transição. É doloroso e mágico ao mesmo tempo. Despi o figurino, abandonei uma roupagem comum e viajei rumo ao autoconhecimento.
Como é bom descobrir que, como todos que habitam este planeta, eu tenho mais de um talento. Como é gostosa a sensação de me mexer. Estou descobrindo a minha verdadeira identidade. Estou descobrindo a vida. Isso dói, assusta, mas é fascinante ao mesmo tempo. Estou buscando a felicidade, assim como o “Gil”. É uma libertação. Estou dizendo adeus ao comodismo. E essa escolha incomoda. Mas, e daí?
O meu figurino não cabia mais em mim. A minha verdadeira personalidade queria aparecer a qualquer custo. Ele estava velho, rasgado, puído. Para falar a verdade, nunca me identifiquei com aquele figurino. Eu apenas achava ele bonito, cômodo, tradicional, confortável, chique. Eu queria ser comum. Porém, será que existe alguém comum? Eu sempre quis o caminho mais fácil. Conquistar sempre foi um obstáculo para mim. Agora, chegou o momento da conquista, de ousar, não dá mais para me esconder. Preciso encontrar o meu lugar no mundo, sem perder a ternura, a criança que existe dentro de mim.
Estou começando a me lembrar dos meus sonhos de menina. Viajar, aprender outras línguas, conhecer pessoas interessantes, voar se possível. Durante anos, fiquei agarrada a sonhos que não eram os meus. Tentei me convencer de que eram os meus, mas não eram. Hoje, quais são os meus reais desejos? Não sei, preciso descobrir.

Paula Fernanda - 25/06/11


domingo, 29 de maio de 2011

Salve Aluísio Azevedo!

O ilustre autor, principal expressão da prosa naturalista brasileira, escreveu "O Cortiço" (1890). Esta obra é fantástica, pois retrata figuras do nosso cotidiano. Trabalhadores, prostitutas, malandros, lavadeiras, homossexuais etc.

Aluísio Azevedo, no século XIX, teve a capacidade de retratar agrupamentos humanos. Indivíduos arrastados pelos instintos, pelas pressões sociais, por heranças biológicas ou psíquicas.

sábado, 28 de maio de 2011

Prisão e Liberdade


Achei que era amante da liberdade.
Entretanto, escolhi a prisão.
Será que almejo ser livre?
Talvez sim? Talvez não?
Tão desajeitada, optei pelas grades do pragmatismo.
Assumi outra personalidade?
Fiquei entorpecida, anestesiada,
Conheci a escuridão, me aprisionei.
A vida cotidiana me deixou cega,
Livros enfadonhos, trabalhos burocráticos,
Aulas entediantes.
As horas se arrastaram
E os anos se passaram.
Vivi o futuro, tão distante.
Ignorei o presente, algemada ao passado.
Cansei! Gritei: “liberdade!”
Mas, eu sei lidar com a liberdade?
Necessito dissecar o significado dessa palavra.

Paula Fernanda

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Máscaras

Hoje escutei palavras duras, seguidas de um pedido de desculpas. Depois assisti ao filme “Deixe-me viver” e tudo ficou tão claro.
Quando o espetáculo acaba, o ator se despe do seu figurino, retira a sua maquiagem e sai do teatro, o mundo que o espera é cruel e cobra um padrão de comportamento. Se o ator é cruel com ele mesmo, estreia um “show de horrores”.
A sociedade não está preparada para receber os atores da vida que optam por ser quem são realmente. Todos nós escolhemos uma personagem e quando nos cansamos dele, temos que assumir uma grande responsabilidade. Expor a própria identidade assusta.
A verdade escancarada é o bicho papão, o lobisomem, o vampiro. Há quem viva da hipocrisia e sugue o sangue dos ingênuos, dos sinceros, dos verdadeiros. A verdade incomoda. Desperta incômodo, inveja e loucura.
Insano não é aquele que assume as suas escolhas, mas aquele que segue as regras sociais de maneira radical.
O que é verdade? Escutei esta pergunta pela primeira vez na faculdade de Direito. Disso não vou me esquecer, porém entendo que cabe a cada indivíduo elaborar o seu próprio conceito de verdade e viver com base neste. Mas, para isso, é preciso coragem, enfrentamento mesmo.
É preciso persistência para fazer opções autênticas. Só assim alcançamos a liberdade. Todavia, o medo faz com que muitos, como eu, entrem na prisão espontaneamente. Sou o meu próprio carcereiro, porém estou mais próxima da liberdade do que nunca.

Paula Fernanda




sábado, 7 de maio de 2011

Quem não se lembra deste poema de Carlos Drummond de Andradre publicado em 1928? Quem não aprendeu na escola?

"No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."


Carlos Drummond de Andrade é visto por alguns críticos o principal poeta brasileiro do século XX.

domingo, 1 de maio de 2011

Consumismo

Consumir é o meu vício

Consumo para não ser consumida
Pela indiferença, solidão, violência
Consumo para obter serotonina
Mesmo que de maneira fugaz
Bolsas, sapatos, relógios, celulares
Doces, ansiolíticos e antidepressivos
Melhor consumir letras, arte, música
Beijos, abraços, afagos
Consumir saúde, equilíbrio
Para não ser consumida
Pelas doenças da alma.


Paula Fernanda

sábado, 30 de abril de 2011

A escritora Cecília Meireles

Adoro o seguinte trecho da obra "Romanceiro da Inconfidência", da grande poetisa da Literatura Brasileira, Cecília Meireles (1901-1964), ilustre representante da segunda geração do Modernismo:


"Liberdade  essa palavra
que sonho humano alimenta;
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!


E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença."


A escritora em questão desenvolve uma poesia intimista e reflexiva. No trecho acima, há uma reflexão sobre questões de natureza política e social.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Amor incondicional

Desejo um amor incondicional
Que me liberte da minha solidão egoísta
E me faça perder os sentidos
Desejo um amor incondicional
Só assim posso me livrar dos meus medos
Estou entorpecida com o meu comodismo
Preciso de reabilitação
Para acreditar no amor e olhar o outro
E me entregar totalmente
Resgatar os meus sonhos e o meu romantismo
Que se perderam durante os anos
Quero encontrar beleza no brilho das estrelas
Cantar músicas melosas, andar de mãos dadas
Quero rir, suspirar, chorar, soluçar
Viver!

Paula Fernanda